Exposição - Espelho, espelho meu
Em nossa Festa de Natal tivemos o prazer de apresentar a exposição "Espelho, espelho meu", idealizada pela Psicóloga Eliza Cunha com o intuito de elevar a auto-estima de nossos idosos e eternizar a essência de cada um deles.
Quando pensamos em beleza, todos nós, de alguma forma, nos colocamos na berlinda: "será que estou bonito?", "estou linda hoje!", "adorei o meu cabelo!", "estou um caco!", "acho que estou muito magra!", "preciso fazer um regime!"... Estas facetas da auto-percepção corporal são comuns e cheias de armadilhas egoicas até aos menos vaidosos e com o idoso, não é diferente.
Mas o que é beleza diante da inexorabilidade do tempo? A definição do belo que passou pela aprovação dos anos ganha uma força que transcende os dotes físicos e vai direto ao que realmente importa conhecer no ser humano e em todos os seres viventes: a alma!
No decorrer de cada história, com o envelhecimento corporal, a beleza de cada indivíduo passa por um refinamento e ganha uma expressividade que se comunica com seu tempo presente... é a essência poética da beleza e esta precisa ser valorizada, sobretudo pelo próprio indivíduo.
Nas conversas em grupo promovidas pela psicóloga Eliza Maria Cunha durante encontros psicoterapêuticos na Casa da Vila Mariana, percebemos a contrariedade de alguns idosos quanto a sua autoestima decorrente da idade em prejuízo das características físicas. É daí que nasce a ideia desta exposição.
"Espelho, espelho meu" é uma mostra que busca re-significar o belo, ou ainda, colocá-lo no seu devido lugar, onde a alma, transcrita em expressão, tenha valor primordial em um sorriso, um olhar... afinal, todo bom fotógrafo quer um enquadramento que revele mais do que a imagem de si, e para isso é preciso de luz, sombra, textura, traços marcantes, e não uma modelo esguia e sem história, à exemplo por exemplo, do trabalho de Sebastião Salgado.
Não poderíamos deixar de dizer o quão importante foi essa experiência aos nossos idosos, pois no transcorrer desta atividade pudemos atualizar seus sentimentos diante de sua autoimagem, tornando esta ação muito positiva.
As dores antes de serem fatos fisiológicos, tem um caráter existencial, portanto qualquer tipo de auto-depreciação, mesmo que equivocada, precisa ser observada, dialogada e tratada com respeito e carinho, para que não se transforme em dor no indivíduo.
Abaixo, seguem os registros dessa linda e emocionante exposição!
Créditos de Fotografia para Camila Amato, que expressou toda sua sensibilidade e carinho pela vida através deste trabalho.
Camila Amato - (11) 98200-9181
Portfólio www.cenaviva.com.br